Márcio Lacerda usa dinheiro público para fretar jatinhos

O prefeito de BH, Márcio Lacerda (PSB), atribuiu à "insegurança do transporte áereo brasileiro de passageiros" e à falta de confiabilidade dos horários de voo comercial o fretamento de jatinhos particulares com uso de dinheiro público para realizar seus deslocamentos pelo país. Dois dias depois de virar alvo de uma ação civil pública em que se pede a devolução de R$ 875,9 mil gastos pela prefeitura com o aluguel de aeronaves para Lacerda entre fevereiro de 2009 e junho de 2011, o prefeito atacou os responsáveis pela ação, que para ele "não entendem o papel do prefeito de uma grande cidade".

A ação pretende passar uma ideia de que Belo Horizonte é uma cidade pequena e sem importância, cuja administração deve se limitar a assuntos de suas fronteiras. Não podemos apequenar Belo Horizonte - disse o prefeito.

De acordo com o inquérito que deu origem à ação, a prefeitura pagou no ano passado R$ 29,9 mil para que Lacerda não enfrentasse filas e viajasse mais confortável em um jato particular a Brasília, para prestigiar a posse do amigo Robson Andrade na diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Outros R$ 28,3 mil foram gastos para que participasse das comemorações do aniversário de um jornal, em São Paulo. O prefeito justificou as viagens como importantes para manter contato com "lideranças do capitalismo brasileiro" e viabilizar parcerias para a cidade.
"Essa viagem a São Paulo, é importante destacar que eu saí da prefeitura às 16h30, decolei da Pampulha às 17h e estava aqui (em Belo Horizonte) muito cedo, na manhã seguinte, retomando as minhas atividades."
Perguntado porque não optou por um voo comercial diário que sai às 17h02 com destino à capital paulista a partir do Aeroporto da Pampulha, a poucos metros do hangar das empresas de táxi aéreo, Lacerda disse desconhecer o voo e apresentou sua justificativa:

- Não vou discutir nesse nível. Se fosse para ir a São Paulo através de um voo comercial, dada a insegurança do transporte aéreo brasileiro de passageiros, eu nem teria ido a essa atividade.

Gastos incluem viagem para coquetel de Dilma
De acordo com o processo, a prefeitura também pagou R$ 20,8 mil para que um jato levasse Lacerda ao coquetel em homenagem à diplomação da presidente Dilma Rousseff no ano passado; R$ 176,1 mil para nove encontros com entidades de prefeitos; e outros R$ 22,6 mil para que o prefeito estivesse presente no velório do vice-presidente José Alencar em Brasília, apesar de no dia seguinte o corpo ter sido velado e cremado na capital mineira.

- Participei dos dois velórios dada a relação fortíssima do José Alencar com Belo Horizonte e entendi que era papel do prefeito também estar presente lá (em Brasília) - afirmou.

Para que Lacerda voasse em jato particular em 39 viagens, a prefeitura gastou em torno de R$ 22,4 mil por viagem, em média. Perguntado se considerava alto o custo do fretamento de um avião, o prefeito respondeu:

- Não considero, até porque também sou proprietário de um jato que uso para minhas viagens pessoais e conheço os custos de manutenção e operação de um jato.

Lacerda disse que continuará a fretar aeronaves, em nome da "eficiência" da sua ação como político, e disse não se preocupar com o pedido do Ministério Público de indisponibilidade de seus bens em quase R$ 900 mil para cobrir os prejuízos aos cofres públicos. No fim da tarde desta quinta-feira, o juiz da 5ª Vara da Fazenda Municipal, Ronaldo Claret de Moraes, aceitou a ação do Ministério Público e recusou o pedido liminar de bloqueio de bens, por entender que o prefeito ainda deve se manifestar no processo.

- Estou indignado, sendo atingido na minha honorabilidade. Tenho absoluta certeza de que não fiz nada incorreto ou ilegal - afirmou Lacerda.
- Se o prefeito tivesse feito o mesmo número de viagens com a tarifa mais cara em voos comerciais, gastaria de 4% a 6% do que gastou com jatinhos - diz o promotor João Medeiros.

Fiquei impressionada, com a frase " Se fosse para ir a São Paulo através de um voo comercial, dada a insegurança do transporte aéreo brasileiro de passageiros, eu nem teria ido a essa atividade ". E o sujeito ainda se sente indignado, indignada estou eu com o prefeito da minha cidade.

E nós trabalhadores temos que usar tal transporte inseguro???? Não vá se não confia no transporte aéreo. Só não acredito que isso seja uma justificativa para usar dinheiro público, já que você tem um jato, use-o. Faça como nós fazemos com os nosso carros para ir ao trabalho, é a mesma coisa, e você não estará roubando como está agora.

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